“Eu não sei pra onde vou
Mas eu só paro quando chegar lá
A estrada é espinhosa
Difícil de atravessar” (José Mota)
Assistimos todos os dias, na mídia, a repercussões sobre os crimes resultantes do rompimento das Barragens em Minas Gerais. Mariana, em 2015, e Brumadinho em 2019.
O vilarejo do Córrego do Feijão foi devastado em 25 de janeiro de 2019, quando a barragem se rompeu.
Todos podem ter acesso, via internet, às consequências imediatas, mas poucos sabem da amplitude e por quanto tempo esta cidade, hoje enlutada, sofrerá os danos irreversíveis deste crime, cujo acontecimento já era “Crônica de uma tragédia anunciada”.
Para debater as questões pós rompimento e suas consequências, o CNSD trouxe, no dia 12 de junho, Marina Paula Oliveira e José Geraldo Martins, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ambos moradores de Brumadinho.
Com a palestra: “E se eu tivesse gritado por Mariana?”, Marina conseguiu, ao mesmo tempo, atingir nossos corações e acordar nossa indignação e vontade de punição pelos atos de crueldade e criminalidade, que assolaram aquela região.
José Geraldo, brilhante e tecnicamente aponta dados geográficos, físicos, químicos e biológicos, comprovando, mais uma vez, que as consequências após o rompimento da barragem de Brumadinho serão sofridas por muito tempo e por populações distantes de lá. Problemas com água e alimentação atingirão pessoas que sequer moram próximas ao Córrego do Feijão, o que nos leva a querer “gritar por Mariana e Brumadinho”.
Diante das calorosas discussões acontecidas, a comunidade educativa do CNSD está procurando maneiras de apoio e auxílio aos moradores de Brumadinho e àqueles que trabalham para a recuperação da vida na cidade. Sabe-se que estes trabalhos serão duradouros, porém são extremamente necessários diante da dor, angústia e inúmeras perdas com as quais as pessoas que ali moram precisam de conviver, desde o fatídico dia 25 de janeiro de 2019.
“Eu não sei pra onde vou
Mas eu só paro quando chegar lá
O coração segue sofrido
Mas jamais vencido
Ouvi a voz do universo
E as estrelas vão anunciar
Ouvi a voz do universo
Mas eu só paro quando chegar lá” (José Mota)